sábado, 13 de fevereiro de 2010

Real

Não quero,
Juro que não quero
Não me fujas, preciso de ti,
Chega-te perto de mim,
Deixa-me sentir te
Ter a certeza que estás aqui,
Que não é um sonho.
Sê a minha realidade,
Deixemos de lado a fantasia,
Ela é nossa inimiga,
De que serve idealizar
Se não for para segundos mais tarde ser realidade
Que tudo seja real,
Porque só assim podemos sentir,
Cheirar, apreciar
E sobretudo amar.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ausência

Entre as quatro paredes do meu quarto,
envolvida pelo silêncio que me rodeia,
penso no ontem, no hoje e no amanhã.
Olho para trás e penso na falta
que me fizeste naquele momento,
porque não estavas comigo?
Não podias, ou
não querias.
Não sei, o que sei é que não estiveste comigo.
E agora penso que hoje
não preciso de ti e sabes porquê?
Porque estou mais forte,
a tua ausência magoou-me,
mas também me fortaleceu,
a tua ausência alimenta a minha força.

No futuro não quero que
isto continue a acontecer,
não quero que estejas ausente
da minha vida, não me quero
tornar mais forte e sabes porquê?
Porque prefiro ser fraca a ter que
sobreviver à tua ausência.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A sombra da tua existência
ilumina o meu dia.
Es o melhor e o pior de mim,
Es o meu amor
Es o meu medo.

domingo, 31 de janeiro de 2010

TUDO O QUE FAÇO OU MEDITO

Tudo o que faço ou medito
Fica sempre na metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.

Que nojo de mim fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica
E eu sou um mar de sargaço –

Um mar onde bóiam lentos
Fragmentos de um mar de além...
Vontades ou pensamentos?
Não o sei e sei-o bem.


Fernando Pessoa
in Cancioneiro, Obra Poética de Fernando Pessoa,
I Volume, Circulo de Leitores,1986,pg.250

sábado, 30 de janeiro de 2010

Impossibilidade

Para quê as palavras
Se não as podes ouvir,
Ou mesmo ler.

Não escrevo

Para quê os pensamentos,
Se não posso pensar em ti,
Estás ausente.

A tua ausência resume o meu ser à sobrevivência.

Sobrevivência que mata…
Que me faz sofrer ao pensar que vivo em sobrevivência
Isso porque a (im) possibilidade de te ter vai para além do real.
Sobrevivência que mata…
Que me faz penar ao pensar
Que para te ver terei de sobreviver
A este mar de revolta
Que te traz a mim
E te leva de mim.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Que

Que o brilho dos teus olhos
ilumine o meu ser,
que o calor do teu olhar
aqueça o meu dia,
que o toque das tuas mãos
acorde o meu corpo
e desperte os meus sentidos,
que a tua palavra
seja a minha esperança,
que o teu ser
seja a minha sobrevivência,
o meu porto de abrigo,

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Criar

Não importa se dizes sim
não importa se dizes não
apenas quero respostas
para esta realidade abstracta,
que ultrapassa a minha capacidade
de decifração.
Apenas quero viver,
e se não me quiseres responder
então não o faças,
porque então vou criar
a minha própria alegoria.
Assim, a minha caverna
será para quem eu quero
e como eu quero.